Nossa editora-chefe, Roberta Malta, narra sua experiência de meditação guiada para alcançar o orgasmo – ou simplesmente viver momentos de encontro com o seu corpo
Estrelas de laser cobriam o céu do quarto, gelado pelos 19 graus do ar condicionado. Conectada ao smartphone, a caixa de som só precisava de um comando para entrar em ação. O lençol de algodão recém-trocado tinha cheiro de lavanda fresca do quintal vizinho. O cenário estava pronto e eu, com a pele ardida depois do banho pelando, completamente nua.
Antes de deitar, desmanchei o coque improvisado deixando os cabelos escovados pela manhã tocarem meus ombros. E acionei o link que havia selecionado, entre os sete que Natacha, editora executiva desta Marie Claire, tinha mandado.
Minha preparação, no entanto, começou horas antes, no jantar. Sem informação alguma do que aconteceria depois, Ricardo-Bruno escolheu o que eu iria comer aquela noite em seu Escama, um dos meus restaurantes favoritos, no Rio. Abriu os trabalhos com um chablis em temperatura perfeita e marchou lambretas com molho champanhe para acompanhar. Depois de sugar o marisco de dentro da concha, mergulhei o brioche tostado no creme que escorreu quente pelo meu queixo.
Antes de pedir o badejo de carne úmida e crosta crocante, o chef apresentou ostras frescas de dois tipos, que chegaram à mesa acomodadas em morrinhos de sal grosso. As de Cananéia, São Paulo, minhas preferidas, são mais arredondadas e cabem perfeitamente em minha boca. As outras, de Santa Catarina, têm formato mais cilíndrico e parecem grandes demais, mas nunca decepcionam quando, suculentas, tocam minha garganta.