Sexo verbal: pode a meditação guiada levar uma pessoa ao ápice do prazer?

Estrelas de laser cobriam o céu do quarto, gelado pelos 19 graus do ar condicionado. Conectada ao smartphone, a caixa de som só precisava de um comando para entrar em ação. O lençol de algodão recém-trocado tinha cheiro de lavanda fresca do quintal vizinho. O cenário estava pronto e eu, com a pele ardida depois do banho pelando, completamente nua.

Antes de deitar, desmanchei o coque improvisado deixando os cabelos escovados pela manhã tocarem meus ombros. E acionei o link que havia selecionado, entre os sete que Natacha, editora executiva desta Marie Claire, tinha mandado.

Sexo verbal (Foto: Ilustrações Clarice wenzel )
(Foto: Ilustrações Clarice wenzel )

Minha preparação, no entanto, começou horas antes, no jantar. Sem informação alguma do que aconteceria depois, Ricardo-Bruno escolheu o que eu iria comer aquela noite em seu Escama, um dos meus restaurantes favoritos, no Rio. Abriu os trabalhos com um chablis em temperatura perfeita e marchou lambretas com molho champanhe para acompanhar. Depois de sugar o marisco de dentro da concha, mergulhei o brioche tostado no creme que escorreu quente pelo meu queixo.

Antes de pedir o badejo de carne úmida e crosta crocante, o chef apresentou ostras frescas de dois tipos, que chegaram à mesa acomodadas em morrinhos de sal grosso. As de Cananéia, São Paulo, minhas preferidas, são mais arredondadas e cabem perfeitamente em minha boca. As outras, de Santa Catarina, têm formato mais cilíndrico e parecem grandes demais, mas nunca decepcionam quando, suculentas, tocam minha garganta.

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