Morreu, na manhã desta segunda-feira (17/8), o médico e cientista Elsimar Coutinho, aos 90 anos. Ele estava internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, para tratar complicações provocadas pela Covid-19.
O baiano estava na capital paulista desde o último dia 28, após ficar seis dias no Hospital Aliança, em Salvador. Nos últimos boletins médicos, a família destacava a “melhora” expressiva do quadro clínico do médico. Não há informações sobre o horário e local do enterro de Elsimar.
Com suas pesquisas e descobertas nos campos da saúde e da reprodução humana, Coutinho quebrou paradigmas e derrubou conceitos milenares. O baiano é reconhecido mundialmente como um ícone da medicina.
Atualmente, além de clinicar em diversas cidades, Elsimar Coutinho dirigia o Centro de Pesquisa e Assistência de Reprodução Humana (CEPARH) em Salvador, era membro de mais de 20 entidades de pesquisas médicas no Brasil. No exterior, é conselheiro da Organização Mundial da Saúde.
Pelas redes sociais, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), lamentou a morte e classificou Coutinho como “uma das principais referências em reprodução humana do país”. “O Brasil perdeu hoje um dos seus grandes cientistas. Uma das principais referências em reprodução humana do país, Elsimar Coutinho foi antes de tudo um homem inquieto, dedicado ao seu trabalho como médico e pesquisador, levando o nome da Bahia para todo o mundo”, escreveu.
O prefeito ACM Neto (DEM) também comentou a morte do médico e cientista. “A Bahia e Brasil perdem um patrimônio, uma inteligência rara, com essa triste partida do professor Elsimar Coutinho, cuja contribuição para a medicina e para a ciência é reconhecida em todo o planeta. Perdemos um dos grandes nomes da nossa história, uma pessoa que não tinha nenhuma vaidade e que veio ao mundo para servir. Sua dedicação à humanidade o fez publicar centenas de trabalhos científicos em revistas reconhecidas pela comunidade médica internacional”.
BIOGRAFIA
Elsimar Metzker Coutinho nasceu no dia 18 de maio de 1930, em Pojuca, na Região Metropolitana de Salvador, onde iniciou os seus estudos, tendo concluído o secundário no Colégio do Estado da Bahia, na capital. Cursando a Universidade Federal da Bahia graduou-se em Farmácia e Bioquímica em 1951, e em Medicina em 1956.
Coutinho fez especializações na França e nos Estados Unidos, de onde retornou e, logo depois, assumiu o cargo de Diretor de Pesquisas Clínicas da Maternidade Escola da Universidade Federal da Bahia, fazendo desse serviço, a Maternidade Climério de Oliveira, em Salvador – Bahia, o primeiro centro de referência para estudos e pesquisas na área da Reprodução Humana da Organização Mundial da Saúde no Brasil.
Elsimar Coutinho despontou para tornar-se, ao longo de sua carreria, uma das maiores expressões na endocrinologia da reprodução e no planejamento familiar, tendo desenvolvido além do primeiro anticoncepcional injetável de efeito prolongado (Depo Provera), a primeira pílula anticoncepcional contendo Norgestrel, que é hoje o progestínico mais usado do mundo seguida da primeira pílula de dosagem reduzida.
Outros métodos anticoncepcionais, fruto do seu pioneirismo, desenvolvidos ao longo de 40 anos de pesquisas na Faculdade de Medicina da UFBA, incluem implantes subcutâneos com efeito prolongado (seis meses, um ano, dois anos, 3 anos e seis anos), dispositivos intrauterinos e a pílula vaginal.
O professor Elsimar é membro de 32 sociedades médicas. Até o ano de 2000 participou como conferencista convidado de 253 congressos. Publicou 350 trabalhos científicos, a maioria em revistas médicas internacionais como Nature, Endocrinology, Fertility and Sterility, American Journal of Obstetrics and Gynecology e Contraception. Publicou e editou mais de dez livros, a maioria no exterior.
Com informações do AratuOnline