Foto: STF / Divulgação
Diante das revelações feitas sobre a conduta do ministro da Justiça, Sergio Moro, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), torce para que ele não entre para a Corte Suprema. O magistrado declarou que continua a “indagar o que nós estaríamos a dizer se [Moro] tivesse mantido essa espécie de diálogo com a outra parte [a defesa dos réus]”.
“Ministério Público no processo é parte e tem que ser tratado como tal”, ressaltou. “Eu espero que ele não ocupe a cadeira que deixarei em 2021”.
As declarações do ministro foram feitas ao blog Painel, da Folha de S. Paulo. Nos diálogos em questão, há diversos exemplos de que Moro, enquanto juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba e responsável por julgar os processos da Operação Lava Jato, atuou de forma articulada com o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa no Ministério Público Federal (saiba mais aqui). Tanto eles quanto os demais envolvidos afirmam não reconhecer a veracidade dos conteúdos e ponderam que não há irregularidades.
Alguns ministros, no entanto, pensam diferente. É o caso de Mello, que já havia dito que Moro não é “vocacionado” à magistratura, e agora diz que, com a divulgação das mensagens, “a máscara caiu”.
O ministro será o segundo a deixar o STF no governo Bolsonaro e o presidente já admitiu a possibilidade de indicar o ex-juiz para uma das vagas em diversas ocasiões. O capitão chegou a dizer que havia feito um acordo com Moro para isso, mas depois voltou atrás (veja aqui).